Música

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2 de dezembro de 2010

O Vírus da Vida

Sinto-me mal e não é desses dias. Um mal estar generalizado comanda minhas ações, estou sempre procurando alívio para uma dor que não tem causa ou local certo. A ordem do dia costuma ser procure abrigo ou mesmo fuja! - difícil que eu me sinta seguro comigo mesmo. São muitas as formas de paralisia e anestesia às quais recorro...

Não quero ter forças, do contrário afastaria a tudo e a todos para longe, tenho sempre de lembrar de juntar somente o suficiente para manter a rotina. Não permito que a sensibilidade e a curiosidade driblem a dormência da preguiça - estou salvo, estou neutro.

Fui infectado pela vontade, desejo o mundo quando deveria me contentar com meu quarto - e quanto me dói esse descompasso! Sou pequeno demais para as emoções mundanas e mais ainda para "aquilo que verdadeiramente importa". Mas não adianta, este vírus obscurece a razão me impedindo de enxergar proporções.

Tornei-me então sem medida, nada encaixa, nada cabe, há o que se amontoe pelos espaços errados, há o que se perca no vazio. Já enxerguei o ideal e me guiei por ele, passei boa parte dos últimos anos idealizando, mas só para entender que nada disso vale.

Seja o ideal ou mesmo o real, ambos perdem a medida em nossos sonhos. Posso me conformar com meu lado racional e minha inteligência - traçar planos, tecer expectativas; posso me perder com meu lado idealista - ambicionar, preocupar-me com o perfeito; e, fazendo um ou outro, ainda me guiaria pelos meus sonhos, pela vontade pura.

O que faz sentido só importa ao me justificar para os outros - que se dane a razão! O que é ideal tem mera função estética - só é possível à distância. Já os sonhos, mesmo sem fazerem sentido, mesmo sem serem perfeitos, são, no fundo, tudo o que nós temos.

O vírus da vida é estar preso ao estado de vígilia enquanto ambiciono um eterno sono para gozar de todo e qualquer sonho, é estar longe daquilo que é meu, fazer breves visitas só para lembrar da distância e aumentar a vontade, olhar através do travesseiro como quem espia pelo olho mágico à espera de alguém sabendo que aquilo é tudo.

Tenho meus motivos, ainda que eu não saiba precisar exatamente quais, para agonizar na perspectiva de um eterno estado de espera. Há tempos que acredito que tudo se resuma a paliativos de um mal estar sem cura - sendo esse mal a própria vida.

Acho pouco provável que um dia essa tristeza passe, parece que terei sempre de procurar a distração. Afinal, sonhos são apenas sonhos.

1 comentários:

Unknown disse...

Luis eu sugiro que vc leia "Mal estar da civilização" de Sigmund Freud. Dra. Beth