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6 de setembro de 2011

Amar Demais

Estamos em face de um problema, caros leitores, coisa grave. O alerta vem de uma constatação inevitável que talvez só falte encontrar o seu formato em discurso, enfim, todos parecem perceber, é basicamente isso, mas ainda se faz necessária uma apreciação mais literária, pouco científica e ainda assim palpável e lógica, sobre o tema. Disso, sou capaz e até obrigado e me meter - faz parte de mim como escritor. Claro que, com uma introdução dessas pecando pelo excesso, devo ter mais confundido do que qualquer outra coisa.

Almas exageradas se excedem, é um desdobramento de sua intensidade, mas a questão aqui talvez não seja essa. Não somos todos exagerados, não podemos ser. Se formos todos, então a normalidade nos alcança no novo patamar e o que era antes exagero se torna rotina. Ainda assim, há a sensação de um esgotamento de amor, se fala demais dele, muito se ama nesses dias - mais do que o normal - e antes de duvidar da autenticidade dos discursos (dizer simplesmente que as pessoas não conhecem o amor e vulgarizaram a palavra) podemos (e iremos!) aqui fugir do senso comum e dar sequência a reflexão:

Por que as pessoas amam demais?

A neurose é grande, se repete, se propaga e se expande: o amor nunca foi tão acessível. Compramos nas bancas, livrarias, acessamos na rede, ouvimos no radio e observamos perplexos na televisão. É tudo muito fácil, amores épicos de vidas inteiras acontecem já desde cedo nas escolas, intrigas de dar inveja a qualquer novela mexicana... e tenho a vívida impressão de que a grande função das redes sociais é promover esses enredos, fundir autoria, atuação e audiência em uma mesma persona: o internauta, o criador do perfil online e alimentador de uma rede de amores infinita.

Talvez, ao constatar a pequena duração desses amores, o quanto se compactou para viajar por aí com tanta velocidade, devamos suspirar aliviados, dizer que o amor de verdade permanece vivo e este seria apenas um amor superficial. Mas não é tão simples, não deve ser (meu exagero é o de esnobar a simplicidade). As pessoas amam, mesmo que superficialmente, sofrem e superam, mesmo que de forma surpreendentemente rápida. Colocando dessa forma, poder-se-á inclusive vislumbrar alguma espécie de evolução, e não retrocesso, do homem na capacidade de sentir de forma mais competente, mais de acordo com a modernidade.

É amor, talvez um amor estranho, talvez um amor conveniente, mas amor... e em demasia.

Dentro dos exageros, há um que particularmente me intriga (motor, inclusive, de toda esta reflexão). Os amantes por vezes, parece-me, competem entre eles: criou-se a ideia de que, no casal, existe aquele que ama demais. Pois que sim (eu disse que era complicado!), não só existe temido exagero na quantidade de amor, como aquilo que era supostamente superficial também pode exceder na intensidade - se um ama mais do que o outro, danou-se.

Loucura, não? Já é um pleonasmo tão grande quanto subir pra cima essa ideia de amar demais (já que o sentimento versa justamente sobre o exagero), mas cismou-se tanto nisso que, mesmo no casal, existe aquele que errou na medida. Enlouqueceu-se o homem, nutriu-se de poesia achando que era ciência e cometeu o grande equívoco de achar que entendeu o amor; de tal forma se iludiu que achou que poderia medí-lo! Compará-lo!

É fútil esse tipo de exercício, primeiro porque ninguém sabe exatamente o que é amor, é tão certo que é exagerado quanto que é misterioso e múltiplo: pode ser uma infinidade de coisas - cada um chama o estranho que o habita de amor (mesmo essa definição é somente tão certa quanto se fizer sentida verdadeira ao leitor); e segundo porque não só é diverso o sentimento como também se opera de forma variada a sua manifestação - meu amor barulhento não desmerece aqueles que se fustigam calados.

Mas vamos lá, suponhamos que o amor se esclareça... e aí?

Veríamos o quanto e como amam os homens, números flutuando sobre as cabeças dos casais como num filme ruim de ficção científica. Aqui faço um palpite: qual não seria a surpresa se os dados e índices, na maioria das vezes, não fossem completamente idênticos nos dois amantes? Julgo, e aqui é somente minha opinião, se o casal é casal, e não somente duas pessoas que calharam de estar juntas, vão compartilhar de um mesmo sentimento: é o mesmo amor. No flerte, talvez exista amante e criatura amada, tanto para um, quanto para o outro: os desentendimentos são tão gritantes no início que chega a ser cômico e, para nossa felicidade, parte da magia da situação. Mas com o desenrolar da história, o rapaz deixa de amar a moça e supor que a moça o ama e pensa e sente consigo: nós nos amamos, essa é a verdade.

E um amor entre duas pessoas deixa de ser demais.

Vou concluir aqui, arriscar o palpite de que o problema é que as pessoas amam sozinhas, se preocupam a toa, tem medo de se conectar ao outro, embora sejam muito bem capazes de amar e exercitem esse amor, o mantém somente para si. Com esse egoísmo, não há relacionamento que se sustente. Lançam-se então manuais para as mulheres de como "segurar o seu homem" e guias de conquista para os homens que, desistindo de manter a que tem, já se preocupam em como conseguir a próxima. Podia-se muito bem abrir mão dessa industria de auto-ajuda de histórias de sucesso, pura falácia, isso sim que é demais para mim!

Quando as pessoas vão aprender que o único e grande Segredo é amar a dois?

2 comentários:

Anônimo disse...

Sensacional!!!

Dan~ disse...

Se em um casal um dos dois Ama mais que o outro não da certo pq nao há equilibrio.
E é claro que em um relacionamento o Amor a dois é o mais importante e pode sustentar todos os outros problemas mas quanto mais desequilibrio houver, tanto em face da intensidade que cada um Ama como tbm nos outros problemas, as coisas nao darao certo, eh o que eu acho.