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5 de dezembro de 2011

Não Sou

Não sou daqueles que diz simplesmente o que pensa, assim de graça, mas quando digo... sai de perto! Não, isso é mentira! Morro na discrição deste silencio de falso conteúdo sem que com isso meu não-dizer se torne algum mistério digno de literatura, sou sim a absoluta falta do existir, do sentido, nesse fabuloso e caótico mundo. Se insisto em escrever, se insisto em ser algo, é por teimosia, é por Tédio.. só ele... só ele...

A melancolia me esmaga em dores de cabeça e choros calados de um corpo que não se exprime, não dá sintoma claro: excreta um excesso indistinguível, dá a prova de que algo funciona sem dizer se bem ou mal, portanto não suscetível à análise. É assim por ser transparente, transpassado pela existência que é muito intensa para ser contida por este eu espectral em que me transformo quando escrevo sem eira nem beira e ainda dou aparência de clareza pelos parágrafos herméticos, pelo discurso mais ou menos fluído.

Não quero parecer complicado demais, complexo ou qualquer outro desses títulos que as pessoas fúteis assim tão comummente se impregnam. Assumo-me antes em toda a minha vulgaridade pela tristeza caída de enredo de alguém que ousa sofrer por amor e pela amizade: pela solidão. Não sou nada por isso, nada além de mim mesmo, esse velho eu de tanta poesia e tanta noite. Perguntei-me umas tantas vezes o que há de errado comigo...

É muito fácil dizer que falta ela... e em parte estou certo! Falta ela e o resto do mundo, o mundo de sonhos e planos que tenho junto dela, a vida que me é negada pela conjuntura, pela fraqueza... por mim mesmo. E é por isso que me faltam as palavras, me falta o dizer, me falta o existir: nego a mim mesmo em última instância. Sei que toda dificuldade não é nada comparada com as armadilhas do ego: de alguma forma, me convenci de que toda espera é um fracasso demorado e a ansiedade é uma sentença de morte. Neguei-me um futuro.

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Estão todos felizes nas ruas, quase todos, o que já é notável. Temos um novo campeão brasileiro de futebol! Algo como ter um novo papa, elegíveis ignorantes de nós e, ainda sim, representativos o suficiente para se banharem de nosso ouro e nossa fé... o futebol está tão morto quanto Deus. Já nem alento para as estranhezas desse mundo, resigno-me em assistir, usufruir das conquistas do meu time indiscriminadamente que dessa vez nem entrada na Libertadores conseguiu, mas continua o mesmo... e eu também. 

Todos os problemas serão esquecidos. Entro em conflito nessas horas, tendo sido elevado ao furor e a euforia reinantes, mesmo torcedor de outra equipe, permiti-me raros momentos de exceção sublimados na alegria. Talvez seja justo que comemorem e eu esteja junto deles, que gozem da felicidade fabricada, tudo vale em meio ao marasmo para nos dissuadirmos de nossa própria futilidade.

Alguns pensamentos me divertem, seria o futebol o que é hoje se o desregramento fosse regra? Se a semana virasse feriado depois de um título? Se torcedor percebesse que só goza nos horários determinados pela televisão nas quartas e domingos (e se enfurecesse)? Pensando assim, o futebol se resigna: quero ver o mundo acabar nele, que a Copa lá na frente vire um grande tumulto, um levante dos miseráveis!

Quero que todo dia seja final de campeonato - aí está um eixo mais que válido para a luta social. Mas não, ainda somos muito comportados, mesmo no que tange a nossa paixão. O eu ampliado que pouco a pouco vou descobrindo, esse eu de demandas sociais, parece tão desprezível quanto o individualista, tão fraco e tão sem esperança. A felicidade é um delírio provisório e nem sobre eles temos propriedade.

Nada é nosso por sermos essa sombra, esse espectro, fantasma de necessidades intangíveis e fraquezas colossais. Dê-nos esmolas e sobreviveremos mais essa noite. 

Está tudo bem agora.

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