Música

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28 de março de 2012

Na Trilha das Sombras


São os vultos que me fazem companhia no silêncio dessa madrugada de céu vermelho... amanhã deve chover, será? Faz diferença? Tem dias que não sei dizer, talvez nem sinta a água cair sobre minha cabeça e a lembrança da chuva e das sensações que provoca não transcenderá a frustração de meias molhadas pela poça que passou desapercebida. Da vida, só tenho vestígios e me sinto vivo somente nos acidentes. Sentir é um imprevisto.

Ainda assim, não me sai a tristeza dessa confusão, pois sentir-me triste seria sentir algo e nessas horas só me sobra o vazio que devora tudo, as horas, a fome e até mesmo desejo. Estranho muito tudo isso e de repente tenho medo da sensação de morte que se achega nesses pensamentos, como se velasse meu sono, como se meu distanciamento fosse um lento preparo para a minha partida. Sou mórbido por opção, confesso, fatio a alma como os parágrafos tão quadrados que dão forma aos meus sentimentos. E a maior ousadia que posso cometer nessa noite é terminar um parágrafo maior que o anterior.

Ousadia?

Não há expectativa para ser desafiada, em relação a mim só guarde uma vaga esperança, pois não sou nada e justo por isso posso ser tudo. Daí a ilusão de um futuro que os outros me imprimem, que eu mesmo me imprimo e logo me frustro, pois sei exatamente o que me habita. As potencialidades que subitamente emergem não são senão cadáveres dissolvidos na minha alma ácida que boiam a esmo antes de voltar ao fundo somente aos ossos. O brilho que vê nos meus olhos são reflexos de estrelas que já morreram a milhões de anos.

Metáforas são muitas para explicar a fraude que é o meu futuro e o quanto é ridículo sonhar com isso, sou apenas o agora e que isso baste. E confesso que vez ou outra sou tomado de uma alegria louca, uma felicidade sombria que me leva aos referidos pensamentos de morte: é Aceitação, o último estágio. Acabou... mas o sono insiste em não vir.

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