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12 de julho de 2012

Solidão Fabricada

Por vezes conseguimos concentrar todos os problemas do mundo em nós mesmos, como se enxergássemos em nosso infinito microscópico o mal em cada célula e nos tornássemos criaturas quiméricas compostas de todos os pecados - demasiadamente humanos, se diria. O exagero do exagero, mas serve pra ilustrar. Há realmente momentos em que somos capazes de um ódio terrível que supera qualquer auto-crítica ou falta de amor-próprio, um desprezo sem barreiras que não pode levar a outro caminho que não o do mais profundo isolamento pra não assombrar aos outros com nossos demônios... ou contrair mais males que, juntos dos anteriores, tornariam a existência absolutamente insuportável.

Não sei direito porque falo por plurais com tamanho conhecimento de causa, pode muito bem ser só algo meu. Mas, se for para arriscar um palpite e/ou justificativa para tudo isso, acho que de tão genéricos, de tão vulgares, creio que certos pensamentos podem acometer outras muitas almas. Um desejo meu de que não falo coisas inúteis e um medo de estar falando sozinho todo esse tempo (por mais desejável que seja a solidão, não deixa de assustar). De toda forma, ainda que falando de algo comum aos outros, não posso esconder que se trata de algo marcadamente ligado ao meu íntimo, não é uma escolha aleatória de tema ou observação daqueles que me cercam... ainda que eu não saiba direito porque seria, porque eu falaria de outra coisa que não eu mesmo ou até porque me meter em justificativas..

Muito tempo sem escrever faz a redação correr por qualquer coisa.

E a vida segue, inútil e podre. Nos últimos dias tenho passado chaves e mais chaves em meus sentimentos tornando meu coração não mais do que motor de desejos banais (se é que algum momento foi mais que isso), qualquer dia se torna apenas um músculo, um órgão vital pra sustentar a minha humanidade senil. E assim que aos poucos me convenci de que toda a solidão é justa, de que quanto menos eu me envolvesse seria melhor... não em um sentido altruísta (privar aos outros de meu ridículo), que até existe, mas para preservar o ego que se fragilizava a todo momento com a falta de espaço no mundo, nas pessoas, para tantos de meus desejos. O jogo mal começou e só pensava em desistir.

E eu desisti.

Acho que estou doente, seja pela falta de ânimo, seja pelas dores que sinto; seja pelo pânico, pelo pensamento recorrente de que adoeço, de me sentir apodrecer. Tais pensamentos, mais do que ódio, me provocam asco por mim mesmo, por meu corpo estranhamente cansado e pelas minhas atitudes não tão surpreendentemente covardes. E inexistir se torna cada vez mais complicado com esse desprezo pulsante, pois as injurias traçam o contorno de meu corpo como marcas de balas em torno de um alvo; é impossível existir tanto ódio sem um objeto, tem algo ali, tem algo aqui e está vivo e sente coisas. Ridículo pensar: sei que existo por todo o ódio que sou capaz de sentir... e instigar.

Voltar ao nada deixou de ser uma opção, o sono não funciona com essa sensação de algo que precisa ser consertado, não há paz em meio aos pedidos de ajuda. Vou reagir, fatalmente. Quem conheceu o amor não se deixa abater (por mais que eu queira). Não consigo ser nada escrevendo tanto, dizendo tanto, sentindo tanto. E essa solidão forçada é tão sem propósito quanto tentar se matar afogado armado apenas de força da vontade: chegado o limite você acaba tornando à superfície para respirar, mas insisto nela. Afinal, por mais ridícula, por mais sem sentido e forjada que seja, ainda me dói menos do que pensar... naquelas coisas todas.

Nada me impede de senti-las, nada me impede de pensá-las! Mas não escreverei sobre elas, não, não agora! Ainda não... quem sabe ignorando isso tudo não vá embora.

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