Música

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14 de setembro de 2012

Espaço & Tempo

Não há vagas!

Um pigarro e estou solto do mundo, minha angústia é tão poética quanto um escarro. Garganta seca, alma lavada, todo o peso que havia se foi, até me falta o ar em ansiedade. Ambições e amores perdem cada vez mais o espaço, pois me livrando do que havia também me livrei do haver - melhor prevenir. Há males que sempre voltam independentemente da intensidade com que são expurgados. Nascem e crescem sem alimento e razão de ser (aparente), basta o espaço... que agora se extingue. O coração está ocupado, o subloquei para a rotina, inquilino muito mais confiável.

E se dirá que estou mentindo, eu mesmo seria capaz de dizer e também quem se farta de minhas "lamúrias burguesas"; por toda a melancolia que brota da palavra, não é possível que me tenha abandonado a intensidade, não é coerente que eu não sinta mais que o imenso nada! Pois que é justo que eu os alerte (e me lembre) que o hiato da inércia em minha prosa de sentido próprio que projeta meu ser hermético e contido para o universo é a exceção e não a regra. Por mais que a palavra escorra e flua, o que se dá depois de esforço significante, não me traio quando digo que a alma glacial do Tédio jaz petrificada.

Ainda assim...

O sorriso dela me atinge como um raio, na lembrança e na fotografia. Daí que eu o evite, eu, indigno de tudo e sentindo tanto; fujo da evidência física, escapo de sua presença e anulo os pensamentos com um derrotismo clássico de ensino médio. A alma sempre vai habitar o exagero e na imobilidade da vida adulta de sensações e opiniões cristalizadas em um discurso viciado, essa paixão adolescente é o que verdadeiramente me trai e me traz aos superlativos; pensar em vê-la e desejá-la e mesmo escrever, que evito a todo custo, são constituintes de uma insensatez tão grande que beira uma loucura... que não cesso de cometer.

Para uma musa, há sempre o espaço, sou forçado a concluir, verdade que trago em mim e projeto a todos escritores, meus pares, colegas de angústia e ansiedade. Os pedestais em que orno lembranças e sonhos no amálgama das paixões, permanecem intactos mesmo em meio a destruição que provoco em meu cinismo. Tempos difíceis - solto, suspiro e me calo, estou cansado, meus amigos, abatido... mas ainda vivo, ainda amo.

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Volte outra hora!

Descobri uma palavra nova esses dias, dias mais leves, mais promissores... ainda que frios o suficiente para a descoberta de uma palavra nova se tornar destaque do dia. E qual não é a ironia quando na procura por seu significado descubro que é mais um sinônimo para preguiça? Melhor que eu evite de usá-la, não há necessidade de mais do mesmo eclipsando um momento de paixão e de fervura como é o de traçar planos e flertar com o futuro, pois é isso o que tenho feito em meio a leveza que as vezes assume a vida. Hoje, a despeito de toda a desídia, me comprometo com a ideia de estar apaixonado.

Já foi e é assunto de tanto espanto e cautela que inflama preconceitos falar em ideias ou atitudes apaixonadas. São sempre os tolos que se apaixonam, mesmo que a todos nós seja dada alguma chance de sermos insensatos, mas só os realmente tolos se atrevem a explicar e conceber o inconcebível. Para ajudar a nós, pobres almas sem juízo, existem regras (muitas delas!) a maioria versa sobre o tempo. Tempo é dinheiro, meus caros, nada mais natural que a preocupação com o prejuízo, pra quê desperdiçá-lo?

Se fosse para enumerar, uma primeira regra trataria de relegar a paixão somente aos que tem tempo pra desperdiçar, sejam os jovens que ainda contam com muitas primaveras (classe média pra cima, obviamente, os outros tem de trabalhar!); sejam os idosos que depois de uma vida de trabalho podem se regojizar com os soberbos bailes da terceira idade - a vida é maravilhosa. Já a indivíduos mais produtivos, que tentando ser menos marxista direi apenas serem adultos, se diz que é preciso ter cautela, "a vida não é fácil".

A minha idade não condiz com os sentimentos que possuo, por vezes tão impulsivos, por outras tão graves e desesperançosos. Sou jovem na hora de querer sorver de todos os sabores que não conheço.. e velho em cobrar do mundo por minhas desilusões e me arriscar por sentir que já não tenho mais nada a perder - apaixonado duas vezes. E, como se não bastasse a cobrança por uma postura mais coerente, o tempo me onera com mais essa dívida: a espera. Chegando a uma provável segunda regra, tratar-se-ia do protocolo da paixão que objetiva ser Amor.. afinal, se é pra considerar tempo recurso, também é investimento, e aos mais economistas uma paixão por si só não faz sentido, tem de levar a algum lugar.

É preciso ter alguma espécie de certeza antes de se declarar apaixonado. Que se demore o candidato a loucura a enumerar razões, enfileirar e comparar experiências para sentenciar o sentimento, afinal, pode ser apenas uma "paixonite". Considero essa perspectiva tão analista ultrajante, pois meu coração não anda em linha reta, por mais que alguns me considerem pragmático (e, em meio há um texto tão quadrado de conceitos e metáforas, a impressão só há de crescer), a última finalidade de meu ser é a felicidade e para essa não há regra.

Minha nova musa não é assim tão nova e enamorar-se por quem já há anos lanço meus olhares parece-me comparável a um encantamento súbito pelo Sol... o que, na verdade, pode muito bem acontecer em qualquer amanhecer e fim de tarde, o verdadeiro romântico se apaixona pelo céu que sempre esteve lá e sempre muda, o que se dirá então de um objeto de adoração mais tangível e tão ou mais magnífico quanto outra alma humana? Razões existem sem eliminar inconsistências e motivos que alimentam a suspeita de tudo ser uma grande fantasia. Ainda assim, não é preciso muito tempo para perceber que se escrevo tanto e agora ocupo toda a sua página é porque alguma coisa existe - algo que sem dúvida vale a pena.

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