Música

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4 de setembro de 2012

Últimas palavras?

Ontem, dormi com o medo de que talvez não acordasse e me reduzi à angústia de ter de implorar aos astros que me mandassem qualquer sinal de que estava errado, suplicando por uma vida já não quero mais. Morrer ainda me causa mais medo do que aflição na perspectiva de dias sempre iguais. Não sou otimista de acusar esperança, embora sempre haja qualquer coisa que lembre o sentimento de fé na vida, contento-me na constatação de que o instinto de auto-preservação não se perdeu me deixando à salvo de fazer alguma besteira. Por mais que não me tenham ocorrido mais ideias sinistras que o de costume, é bom ter alguma segurança.

O exagero bate no peito esses dias e a vida pesa no estômago, pois a voracidade de desejos anteriores causou-me indigestão. Coração jovem e alma de velho batalham em um corpo cansado e indisposto que transforma tudo em sintoma contra a má-fé dos lugares-comuns da insegurança. Se de repente a vida se tornou insuficiente, tudo se deve a minha mediocridade e mania de grandeza - sentencio.

A felicidade é uma mentira, estou quase certo, e mesmo a alegria se torna difícil conforme cresce a dificuldade em sentir beleza ou ver prazer nas pequenices da vida. "Você se lembra de quando éramos felizes?" - pergunto a mim mesmo e a quem mais quiser ouvir (já que nunca se é feliz sozinho) sem muita convicção de que obterei qualquer resposta. Essas reflexões em que me perco são sempre para apreciar a palavra, pois se amo ainda alguma coisa nessa vida é o som de minha própria voz literária.

Preciso ser mais hedonista, mais egoísta... mais marxista! Qualquer coisa que me situe e me defina, qualquer sentimento que me ocupe e expurgue o mal que habita essas palavras. Felizes aqueles que são capazes de se auto-estimular imunes ao teor depressivo e mais nocivo do Tédio inevitável! Já a esta alma vulgar sobra apenas essa espécie de masoquismo em destrinchar a própria dor... ou sadismo, pois depois que escrevo, me coloco na posição que o caro leitor agora ocupa, já sou outro, assisto de fora e reajo.

Os maus agouros da noite passada não cessaram e a redação desse texto me correu o dia com nenhuma outra conclusão possível, já que sempre me forço alguma, de que se me agradam (mesmo que só um pouco de toda a dor que me causa) a palavra e o sinistro desses pensamentos de morte, devo embarcar no delírio e pensar no que diria se estivesse mesmo à ponto de morrer. E o melhor que pensei foi o seguinte:

Foi bom, mas esperava mais; acho que esperei a minha vida inteira.

2 comentários:

Anônimo disse...

Esperar costuma ser um problema.. Devia fazer valer esses seus desejos por algo mais e se determinar a consegui-los, para que eles sejam mais que desejos. Virem reais e possam te deixar feliz. A ultima vez que fomos felizes juntos? Quando rimos abraçados, talvez a muito tempo, e por poucos segundos para ser de alguma relevância para você, mas a mim, ainda faz bem e se, nao tivemos mais desses momentos, se deve pela sua contradição de apesar de querer esperança, felicidade.. Preferir ficar enclausurado na companhia do tédio e da autopiedade.

Escritor em treinamento disse...

Pois então faço valer o meu desejo de deixar essa vida passar, já não me pertence.