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4 de setembro de 2012

Últimos suspiros

As vezes sinto como se acordasse de um sonho recorrente todas as manhãs sem que eu me lembre de nada. Talvez seja esse ar de lição não aprendida e repetição a raiz de minhas angústias. Os laços com o passado andam muito apertados impedindo a irrigação dos ânimos, essas lembranças tantas me constrangem de tal modo que é difícil manter o olhar para frente com tudo parecendo... insuficiente. A vida é mais fácil e bela do que eu a faço ser debaixo dessa nuvem cinza; o mau-humor ainda vai me matar.

No meio de tudo isso, ainda o medo, um terror profundo que assombra a alma e complica o sossego. Se antes, eu trabalhava expectativas (ou a falta delas) com a certeza da imobilidade do tempo em meio ao Tédio, agora, sinto que este escorre por entre meus dedos. Sintoma de quem passa os dias entre relógios e calendários em uma mesa de escritório, estes não me deixam mentir: o tempo sempre passa. A mudança brusca da rotina, ainda que recente demais para ser melhor refletida, já se faz sentida.

Parece banal procurar inspiração onde nada significativo parece se mover ou existir, como antes no Tédio e agora na rotina, mas sou do tamanho daquilo que vejo e a opressão se tornou o único objeto de escrita possível de um coração oprimido. Há quem vá pensar, e dentre esses posso me enquadrar no futuro ao revisar esse texto, que tergiverso sobre muros imaginários enquanto a vida acontece lá fora. Risco que tomo por irrelevante, pois pouco importa a vida que acontece fora de mim. Quando muito, sou perturbado pelo econonismo da razão que chora pelas sensações e oportunidades desperdiçadas - nada que há de durar. Além do mais, posso contar com a certeza de que outras tantas almas possam se identificar com os sentimentos de cárcere do tempo que limitam e esquartejam o ser.

Não há perspectiva de futuro que sobreviva em meio há tanto desânimo e desamor, impossível traçar planos com o desprezo de minhas vontades, ora taxadas de infantis, ora vulgares; não há lembrança e contemplação nostálgica e gozosa que perdure em meio a tanta mágoa pelo o que não existe e nem nunca existirá! Entre passado e futuro, o presente se torna uma representação, esboço de vanguarda que nunca vira escola, nirvana de homens santos já todos mortos ou realidade possível somente aos animais, seres de instinto. Não existe momento para ser vivido, somente uma meia-existência para ser suportada.

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