Música

http://www.blogger.com/add-widget?widget.title=Megadeth Radio&widget.content=%3cscript type%3d%22text%2fjavascript%22 src%3d%22http%3a%2f%2fwidgets.clearspring.com%2fo%2f4adc6e9803694c34%2f4b33ce080a7736c8%2f4adc6e98366e230e%2f41409611%2fwidget.js%22%3e%3c%2fscript%3e

Pages

21 de novembro de 2012

Ídolo de Cristal

Faz tanto tempo que não me atrevo a escrever/sentir minhas tolices que a barragem do bom senso se rompe diante da ousadia acumulada que agora libero em devaneios. A inspiração tentará me cortar o fôlego para que eu não enuncie o proibido, por isso me apreço, atropelo, não quero parar! Sentimento estranho, estranho à mim e a quem ouvir, este que é ainda pior do que o fútil e, por vezes, condenável que tanto preenche o Tédio destas linhas, traves do vácuo profundo de minha alma. 

Devem suspeitar (e eu confirmo!), se tratar de mais uma musa, provavelmente a mais secreta delas, aquela de quem falar chega a ser uma injúria. Sou um ser absolutamente moral, embora me esconda em relativismos e confusão: é algo muito forte em uma alma velha como a minha, presa a tradições, presa da rotina e da eterna repetição irrefletida do mesmo. Não posso, não poderia! Mas é ela que, dentre todas as musas, altares profanos que uso de invocação para trazer o abstrato dos sonhos à conformação de desejos consumados, é diferente. As palavras de hoje vem para agraciar um ídolo mais frágil, o cristal mais valioso usado apenas para brindar ocasiões de gala, celebrações ocasionais do quão doente minha alma pode se tornar. As adoradas de antes me causavam temor pela rejeição, dentre outras mazelas da má invocação de forças estranhas, já meu ídolo de cristal, a musa proibida, temo pelo o que de pior revela de mim; temo, sobretudo, por sua integridade diante de meu ser corrompido. 

De volta ao paroxismo de meu temperamento depressivo, a cautela se esvai nesse que nada mais é do que um pedido de ajuda, a cura pela palavra, ao enunciar o segredo. Quero me livrar do fardo de cultivar a adoração/proteção de um desejo profano, quem sou eu para ser isso?! Pessoas más não sabem, ou se furtam de saber (realmente) do quanto fazem mal aos outros; pessoas enlouquecidas não percebem quando e o quanto fustigam a si próprios em roupantes de frustração e angústia. Desejá-la é visceral, é morder a própria carne e roer os ossos, pois todo desejo emitido volta dobrado em culpa e frustração; a cobiça me decepa as mãos antes que eu a alcance e já me tolhe de chegar à qualquer ajuda em justiça expressa - tornar-me louco e evitar assim que meu espírito se torne vil, mantendo a alma incólume (e o sofrimento cristalizado) é o meu recurso, é a minha maldição. 

Não foram poucas as vezes em que me perdi de imaginar o que dizer a ela nas breves janelas de oportunidade, e de fantasiar nas lacunas do juízo. É pouco o que faço, tem de ser pouco e é o pouco que me separou da completa miséria em ocasiões fortuitas. Saber que ainda quero algo desse mundo, mesmo que algo tão errado (ou talvez a força resida em haver algo que me faça nadar contra a corrente diante de tanta inércia), deixa a ideia do suicídio mais ideia do que plano. Exagero dizer que salvou minha vida?  Absurdo ver o belo e o almejável em sentimentos castradores? Talvez, um pouco, mas não exagero quando digo que te quero o suficiente para enlouquecer.  

0 comentários: