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25 de março de 2013

Letargia

Parece que estou sempre com sono esses dias, não o sono bom de se ter bons sonhos a noite inteira, nem mesmo o narcótico sono dos exaustos que permite o gozo de resistir resistir e por fim se entregar ao imperativo de uma vontade invencível. Não, é sempre o outro sono, o que não derruba, só cala, anuvia, me deixa letárgico e bobo sem que eu possa escrever/dizer algo com o mínimo de entusiasmo.

Falta fôlego pra qualquer distância, só a imobilidade é possível e não sem muita dor de um corpo/alma que atrofia e morre; falta ânimo, em seu estrito senso de animar as palavras como títeres, dar-lhes vida, movimento! E, sem força por não ter quem ou o quê lhes empurrar, a tristeza e a solidão, já na ponta da língua pra todo aquele que me pergunta se estou bem, descem de volta pra dentro da garganta causando torpor e falta de ar pelas ideias que morrem dentro de mim e me intoxicam por inteiro.

De tudo, apodrece também a racionalidade que sem ar e sem estudo se torna puramente analítica, sem cientificidade, sem experiência, sem aprendizado, sem comparações - sou sempre eu e eu mesmo. A razão de meu ser se cristalizou em um espelho negro da alma, utensílio brutal de auto-crítica, desânimo e masoquismo me mostrando apenas aquilo que não sou, não fui e nunca serei. No tédio, corta-se a carne de Narciso, em impiedosos olhares que dizem servir ao utilitarismo de me colocar em meu devido lugar, como se o distorcido espelho service ao propósito de reconhecimento... sendo que cada vez menos sei quem sou.

As vezes penso em me matar porque ficou muito difícil acreditar na vida antes da morte, as partes pulsantes de minha existência só conheci e reconheci porque as vi morrer diante de mim e, logo em seguida, me dispus a analisar (e quase as sentir). Todo dia se vai uma parte minha sem que eu possa fazer nada. Já foi o dia de horror a foice, ao Tédio, a depressão. Hoje, sorvo de todos os venenos, sabendo que só diante do risco e da morte é que darei valor e sentido as emoções que passam por mim sem que eu me dê conta.

Não sou mais criança e a vida já não é aquele mar de rosas (nem precisa me dizer..), só não pensava que ia ser esse cinzeiro, repositório de prazeres mortos e intoxicantes. Não é um bom final para a minha história, se a minha vida fosse um livro da qual estivesse se servindo minha existência, esse seria o momento de trocá-la, mudar de sessão, de gênero, de idioma, de século... e me afundar em outro outro que não esse outro que me serve de tanta melancolia e letargia. Pois é, cresci.. e quando pensei que me tornara um adulto, na verdade, o tempo me metamorfoseara em um autômato

1 comentários:

YNK06NYT0 disse...

Passado e Futuro são construídos e o Presente apenas uma certeza momentânea, não sentir, não significa não sonhar, se desligar do mundo não te faz menos humano. A letargia, na minha opinião, é o meio que te faz não perder a sanidade, talvez os olhos da sua alma tentam entender tudo e ao chegar a conclusão de que não é possível, te deixa nesse estado letárgico, refletir sobre tudo e todos é algo insustentável. O "sono" como você diz talvez é o modo pelo qual lhe alerte para buscar algo além, a inércia é algo perigoso, achamos que estamos felizes e quando menos se espera, fazemos uma rotina execrável, sem gosto, mecânico, como um autômato.
Esse é um dos riscos de se viver, sair da nossa área de segurança e arriscar o novo é algo que exige não só coragem mas também determinação, pois quebrar com qualquer status quo, é um ato de revolução que em geral implica na mudança mais existencial possível. E como tal temos que arcar com as consequências. Para mim viver bem consigo é levar uma vida em que você respeita a sua essência, se o seu espirito é viajante, respeite-o e viaje, se que aventura, aventure-se, perigos existem em todo lugar, o que te impede de escorregar e bater a cabeça na quina da escada, ou ser atropelado atravessando uma esquina, a incerteza é a vida, os riscos podem ser pesados e a sua racionalidade vai lhe apontar o caminho certo. Assim somos nós humanos querendo ou não. Felicidade para mim nunca foi uma qualidade e sim um estado, por isso felicidade não é algo intrínseco, mas sim maleável, intangível.

Mil perdões pela prolaxia, esqueci que era um comentário e não uma defesa de uma posição