Música

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24 de setembro de 2010

Não Interpretem meu Silêncio!

Abstive-me de aparecer como escritor ao encarar os sentimentos da vida comum. Agora possuo uma atividade remunerada, ciência de propósito, o dinheiro entra e eu não posso deixar de fazer planos. Estou experienciando a vida adulta pela primeira vez.

Sobreveio o silêncio em meio a normalidade, o silêncio aqui e em meu peito, por um tempo fui feliz. Essa semana foi exceção, um momento de fuga que já se ensaiava há alguns tempos: me tornei eu mais uma vez. Foram apenas duas aulas ao longo desses dias, me apresentei com atraso no serviço - permiti-me pensar e soube: de nada valia acordar.

As amarras do cotidiano afroxaram e voltei a sangrar angústias velhas. Os lugares sombrios não precisaram ocupar muito espaço para ganhar voto de mando em minhas ações, bastou um segundo para que eu voltasse a atrasar o despertador.

Meu silêncio não é nada além do que vos digo agora: um imenso vazio de palavras. Nossa linguagem constitui o pensamento, o pensamento cognitivo é afetado pela gramática, na ausência delas você vegeta. Recorrendo ao misticismo, se não fosse eu tão cético, poderia conceber uma espécie de nirvana na conjuração dos sentimentos livres de palavras.

Mas não existe pureza em minha alma, sim, sou uma boa pessoa, mas marcado pelo comum. Sendo assim, por que dar nome ao silêncio, posto que não é nada além de si mesmo? Ou por que falar sobre si, quando não sou nada além daquilo que sou?

Tudo posso creditar a ilusão. E não me iludo aonde sinto e desejo, talvez seja essa a minha melhor parte, mas sim aonde aguardo e luto. A criatura vulgar é fixa, não transcende, se sei tanto de mim é por que não há muito para saber.

O mundo deixou de ser preto e branco com seus tons de cinza, ganhou cores... mas todas calcadas nas três primárias - os matizes subsequentes não me impressionam. Boa parte da magia dos relacionamentos reside no mistério, acabado ele, não há muito mais a ser feito. É assim que estou, em divórcio comigo mesmo. Será possível?

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