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2 de novembro de 2010

Finados

Quando me enterrarem, concretem o jazigo, pois meus demônios são furtivos demais para serem contidos por sete palmos de terra. Serão eles a me matar antes de qualquer coisa - por isso que fiquem comigo até o fim dos fins e o que vier depois por seu assassinato...

Há certa justiça no ordenamento do universo. Se possuo essas angústias é por poder lidar com elas a meu modo, sou munido da sensibilidade para dissernir aquilo que deve ser exorcizado e o que é próprio de uma personalidade soturna e insône.

Se a minha noite for de outro, vai este se mutilar tentando expurgar o que é na verdade seu, e sempre foi seu, que só foi trazido a tona pelos pesadelos. O sobrenatural na alma de um homem é profundamente raro e difícil de encontrar, se domei meus demônios foi por eles se encontrarem distraídos com sua próxima artimanha - a angústia é natural.

Estou calmo, não deixo mais que hajam sobre mim, o ego está potegido... mas ainda existe a tristeza e, para essa, não tem remédio. As lágrimas não limpam as feridas, te deixam estagnado no vazio das palavras; mas também o movimento não dá conta de dar sentido ao sofrimento - não o cura, não o racionaliza. Isso é meu, essa noite é minha.

Endemoniado ficou meu próprio espírito, sou eu que devo ser contido em cova lacrada para não assombrar ninguém além de mim mesmo. Finados estão meus demônios, mas eu estou vivo, essa é a verdadeira tragédia: padecer do mal de estar vivo.

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