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19 de janeiro de 2011

Andanças e Desavenças

Às vezes, acho que me tornei escritor somente pela oportunidade de criar títulos. E é justamente por isso, ironicamente, que dificilmente serei capaz de escrever um livro. Ouso justificar meus delírios por frases singelas que não exigem muita fidelidade - mais algumas e o texto estará acabado. Agora... justificar uma obra inteira?

É compromisso que me assusta mais que o casamento...

Hoje, em um lampejo destes que tenho tantos durante o dia, bolei mais um título que já valeria ao meu livro alguns olhares curiosos: Andanças e Desavenças - bastante sonoro, não? E vago, vago suficiente para que eu acoberte uma infinidade de ideias sob ele...

Mas meu título não pode ser apenas adequado, tem de ser perfeito. Ok, minha escrita é limitada, eu sou limitado, no entanto, sou criativo. Por vezes, é um talento que de tão reluzente parece benção, é algo que oferece destaque; por outras, é tão vulgar quanto o ímpeto sexual de um adolescente que tem relações sem preservativos. Sabe? Do tipo que cria, mas não se preocupa em acompanhar o resultado... eis minha criatividade.

Resumindo, não sou perfeito, mas sou capaz de momentos breves de perfeição. Uma perfeição efêmera e contraditória - perfeitamente simples, como haveria de ser. Disso sou capaz quando escrevo meus títulos, ou acredito que seja ou ainda serei algum dia...

Sei que vou falhar quando enfim me meter a escrever meu romance, isso é fato. Do que posso me prevenir é dá corrupção deste raro traço de excepcionalidade que conservo - ao menos o título haverá de ser perfeito! Ainda não é hora de me sentar nessa escrivaninha e passar a limpo o rabisco de homem que ainda sou, não é hora...

Andanças e Desavenças... que ideia! Poderia explicar aquilo que sou; poderia mostrar esse poderia ser que já aqui invade a minha escrita. Sou todo possibilidades! Talvez por isso não sobre espaço para a realidade. Diante da ilusão, meu andar errante vira andança; diante da frustração, desavença com meus próprios passos.

Poderia, mas não é. Meu título terá de dizer simplesmente tudo já que o romance em si dirá muito pouco; já que eu, em mim, estou perdido demais para dizer qualquer coisa. E, como se não bastasse, sofro um bullying contínuo dos grandes...

Em minhas andanças e desavenças, "descobri" Chico Buarque outro dia. Caramba! A Construção deve ser uma das coisas mais geniais já feitas! Mas, foco, por favor...

Uma solução possível (e aqui emulo uma praticidade absolutamente alienígena) seria a de intitular capítulos em primeiro lugar e só depois, com o livro pronto, buscar o tal título perfeito. Deve ser o caminho. Assim, se o romance não deslanchar no enredo, venderá nem que seja pela proposta excêntrica de um ecritor que ambicionou fazer... é isso!

Em breve, em uma livraria perto de você:
"Compêndio de Titulos (Quase) Perfeitos"

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