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6 de outubro de 2011

Não me Lembro

A felicidade é um rosto do qual não nos lembramos, silhueta misteriosa no eclipse de nossa angústia, assombro da tristeza. Ninguém a viu, apenas sentiu. Ainda assim, insistimos em descrever. Não é possível contê-la, armazená-la, seja em fórmula mágica... seja em memória. É fugaz. Lembramo-nos de que nos sentimos felizes, de não querer mais nada, de que tudo até então fora prelúdio da sinfonia do momento, da alegria, do sorriso: do amor.

É disso que nos lembramos.

Não é a toa que a tristeza impregna até o relato da mais pura felicidade. Minha amada que me perdoe, mas na frustração de querer dizer/escrever/reviver tudo o que já me fez sentir, faço-me melancólico, faço-me triste, para falar de felicidade. Você é maravilhosa, tão maravilhosa quanto a noite é eterna neste humor sombrio, infelizmente. E se quero ser sincero e imergir nesse amor sentido, devo encarar as consequências, sejam quais forem.

As memórias, minhas doces memórias, são meu tesouro: enriquecidas nos enganos justos de quem o coração faz ficção para documentar e entender o mundo, me lembram de que posso ser feliz ao seu lado (sem me dizer exatamente como). Vívida, colorida e fiel é, entretanto, a despedida. Guardo o adeus mais do que tudo, tendo visto como um par de olhos vermelhos a felicidade entrar no carro amarelo, dobrar a esquina e desaparecer.

E, desde então, voltei a esperar no desespero encontrando equilíbrio entre a depressão e a apatia, entre alfinetar-me das dores todas da saudade para me sentir vivo e verdadeiro e a anestesia da rotina, brisa suave de funcionalidade em um mundo caótico, para fugir da sensação de morte, da vontade de morte.

Passa a hora e, quando a razão vence a paixão, as palavras ganham leveza e digo apenas: foi bom, mais que bom, sinto falta dela, mas existem outras coisas também

...o que é mentira - salta logo o coração em defesa da loucura! - só existe ela, eu: nós dois. O que há mais para se querer além da felicidade?

Não me lembro.

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