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27 de setembro de 2008

Desvendando o "para sempre" 2

Hora de retornar a esse tema, dessa vez com uma abordagem menos romântica. Da última vez falei de como seria possível passar o resto da vida com alguém, cultivar o amor interminável e aquela baboseira toda que amamos acreditar.

Agora usarei um viés mais frio e analítico, desmancharei os equívocos, as ingenuidades. Certas pessoas usam o "para sempre" de forma absurdamente segura para situações completamente impróprias, mas ainda sim suas desilusões ante ao erro são bastante brandas.

Para mostrar aonde quero chegar vou contar uma historinha, é curta porém, significativa. Vamos lá...

Eu estava esperando pela apresentação do meu irmão em um festival de música de uma famosa escola de inglês. Algumas bandas vieram antes, as assisti com atenção, haveria um concurso e queria verificar a concorrência.

O primeiro sujeito tocou muito bem, me impressionou, arranjos bem feitos e atitude mesmo sendo apenas ao estilo violão/voz. Sucederam-se mais infelizes até que meu irmão, empunhando minha guitarra, se apresentou. Sua banda foi muito bem, levantou o pessoal.

Já estava um pouco de saco cheio a essa altura, mas esperei mais um pouco e vi outras apresentações até que chegou aquela em quem me inspirei para escrever este texto. O apresentador anuncia: "Com vocês.. BFF".

Uma menina em seus 10~11 anos entra no palco timidamente, empunhando uma guitarra de modelo similar a minha. Era um pouco distoante a imagem, a menina não combinava com seu instrumento. Pode-se dizer que a guitarra era muito pesada para ela, em todos os sentidos.

Aguardando os acertos finais, a regulagem da parafernalha técnica, o apresentador entrevista a doce menina. Pergunta seu nome e enfim, o significado da sigla da banda. Ela responde: "Best Friends Forever, era para ser uma banda".

Uma pequena pausa para a ironia da situação...

Após alguns segundos de risadas e o ajuste do microfone, estava muito alto para a pequenina, ela se apresenta. Com uma voz baixa e maõ trêmula ela arrisca alguns acordes na musica própria, exigência dos festival, chamada também "Best Friends Forever".

Como era de se esperar, mais algumas risadas. A frágil menina evitava a platéia, que a encarava tão cruelmente, mirando sua guitarra e esperando pelo próximo acorde. Terminada a música, aplausos. Finaliza com um cover de Milley Cyrus recebendo novamente o apoio forçado da platéia.

Ela aparentemente contava com suas amigas para todo sempre, ou pelo menos para aquele momento difícil. Foi devorada viva naquela que pode ter sido sua primeira apresentação sem ninguém ao seu lado, como assim?!

Aqui cabe expecular tratar-se de ingenuidade, afinal era uma garota muito nova, mas a naturalidade com que se sucedeu o ocorrido me obrigou a pensar: será que o que eu entendo de "para sempre" é o mesmo do senso comum?

Aparentemente não, as pessoas não conseguem nem contar nos dedos das mãos o número de pessoas a quem fazem essa declaração tão explícita de confiança. Ou são pessoas muito sortudas, ou esta tudo muito vulgar, comum, mundano.

Na falta da certeza cria-se uma verdade sintética, um "para sempre (até a semana que vem)", uma mentira. O que faz completo sentido em uma sociedade tão superficial, ainda sim uma extrema maldade para românticos como eu.

Duro ver que nada daquilo que sonho existe, mais duro porém, ver que existe, mas sob uma forma muito mais assombrosa e desprezível. O que procurei por tanto tempo estava aqui na minha frente, era só mais uma mentira.

Para finalizar só me resta deixar um apelo aos leitores. Peço que tenham consciência do poder das palavras e o valor dos sentimentos, mostrem ao mundo que estou errado. Não quero acreditar que a beleza do mundo seja uma pilha de farsas.

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